quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O TEMPO DA CONFIRMAÇÃO



A partir dos dois anos, troquei o pediatra por um do bairro, que resultou conhecer a gente da UTI.
Assim que falei com ele sobre minhas dúvidas, e ele o encaminhou para realizar testes e consulta com otorrino.
Depois de várias sessões que às vezes se postergavam por ele estar com infeção respiratória novamente, foi detectada ausência de respostas a alguns sons e para confirmar, marcado um teste BERA.
Este se faz com a criança totalmente imóvel , e por se tratar de um pequeno de dois anos e meio, levamos ele quase sem dormir, no primeiro horário da tarde.
Foram colocados eletrodos em várias partes da cabeça, e ele finalmente dormiu, depois de tomar sua mamadeira.
Ao finalizar o teste, a doutora entregou o laudo para-nos, falando, calmamente e de uma forma que até hoje lembro, que ele tinha perda auditiva severa, que era irrecuperável e ia precisar apoio de parelhos de amplificação e terapia de fonoaudióloga.
Para mim, foi a confirmação de algo que já pressentia.
Para o pai, um soco no estomago.

Lembro ainda hoje a imagem de Ainoã, brincando totalmente alheio ao que acontecia, perto do chafariz do passeio de pedestres, com as bases dos eletrodos ainda colados nele, andando com insegurança, com sua inocência de bebê, e a imagem do pai, encostado na parede do museu, de cócoras, chorando como uma criança, ante a confirmação de um futuro incerto para esse filho tão desejado...



Esta foto é do 28 de Dezembro de 2008,no dia que fazia dois anos,em Uruguai,na casa dos avõs.

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