A partir dos dois anos, troquei o pediatra por um do bairro,
que resultou conhecer a gente da UTI.
Assim que falei com ele sobre minhas dúvidas, e ele o encaminhou
para realizar testes e consulta com otorrino.
Depois de várias sessões que às vezes se postergavam por ele
estar com infeção respiratória novamente, foi detectada ausência de respostas a
alguns sons e para confirmar, marcado um teste BERA.
Este se faz com a criança totalmente imóvel , e por se tratar de um pequeno de dois anos e meio, levamos ele quase sem dormir, no
primeiro horário da tarde.
Foram colocados eletrodos em várias partes da cabeça, e ele
finalmente dormiu, depois de tomar sua mamadeira.
Ao finalizar o teste, a doutora entregou o laudo para-nos,
falando, calmamente e de uma forma que até hoje lembro, que ele tinha perda
auditiva severa, que era irrecuperável e ia precisar apoio de parelhos de
amplificação e terapia de fonoaudióloga.
Para mim, foi a confirmação de algo que já pressentia.
Para o pai, um soco no estomago.
Lembro ainda hoje a imagem de Ainoã, brincando totalmente
alheio ao que acontecia, perto do chafariz do passeio de pedestres, com as
bases dos eletrodos ainda colados nele, andando com insegurança, com sua
inocência de bebê, e a imagem do pai, encostado na parede do museu, de cócoras,
chorando como uma criança, ante a confirmação de um futuro incerto para esse
filho tão desejado...
Esta foto é do 28 de Dezembro de 2008,no dia que fazia dois anos,em Uruguai,na casa dos avõs.
Nenhum comentário:
Postar um comentário